A forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo na última quarta-feira (13) derrubou um símbolo histórico da capital paulista: a terceira árvore mais antiga da cidade, um chichá de 30 metros de altura e aproximadamente 200 anos, localizada no Largo do Arouche, no centro da cidade.
Segundo a placa informativa instalada no local pela Prefeitura de São Paulo, a árvore, conhecida como “Chichá do Largo do Arouche”, era uma testemunha viva da história da cidade. Ela nasceu no século 19 e fazia parte da antiga propriedade do General Toledo de Arouche, que deu nome ao largo.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o caso foi um dos 217 chamados para quedas de árvores registrados na capital e Grande São Paulo durante a tempestade.
A força do vento e a intensidade da chuva contribuíram para a queda de diversas árvores na cidade.
Conhecida também como ararichá, samaúma-branca, pau-de-boia ou unha-d’anta, a árvore pertence ao gênero Sterculia chicha ou curiosa, da família MALVACEAE, e é originária da Mata Atlântica.
Veja o antes e depois da árvore:

Matt Franco, morador da região, compartilhou nas redes sociais que ficou muito triste com a queda da árvore. Ele a via como um símbolo da história da cidade que acompanhou diversos momentos importantes. Para ele, a queda da árvore representa um alerta sobre as mudanças climáticas.
“Ela me acompanhava desde a infância, todas as minhas fases, mas mais do que isso… Acompanhou a história da cidade de SP e do país, essa árvore acompanhou a invenção do automóvel, a troca da iluminação pública do gás para eletricidade, resistiu a duas guerras mundiais, gripe espanhola, coronavírus…”, comentou Matt Franco.
Segundo a nota da Prefeitura de São Paulo, a árvore Chichá era monitorada ao longo dos anos e recebia medidas de conservação, além de avaliações periódicas para monitorar seu estado de saúde. Ademais, o órgão acrescenta que no início de janeiro, uma proteção foi colocada em torno da árvore.
A Subprefeitura Sé tem um mapeamento das 52 mil árvores que existem nos 25 bairros e oito distritos que administra. Todas elas são vistoriadas a cada dois anos e possuem um laudo sobre seu estado técnico.
Por fim, a prefeitura acrescenta que as equipes estão atuando para a remoção de árvores caídas.
Segundo o Almanaque Paulistano do Sesc São Paulo, a Figueira das Lágrimas é a árvore mais antiga da capital paulista, com cerca de 240 anos. Situada em propriedade particular no Sacomã, a árvore já era testemunha da história em 1861, quando o viajante português Emilio Zaluar a registrou.
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