O Consórcio Systemica e TDX venceu nesta sexta-feira (28) — sem concorrência — o leilão de concessão da Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, realizado na B3, em São Paulo. O BTG Pactual é acionista minoritário da Systemica
O grupo foi o único a apresentar proposta e garantiu a concessão da área de 10,3 mil hectares no Pará, com outorga fixa de R$ 150 mil e outorga variável de 6% sobre a receita gerada.
A sessão contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que celebrou o modelo como um marco para a restauração florestal no Brasil.
“O modelo que nós estamos apresentando vira a chave. Saímos do conflito e vamos para a solução. A solução que foi construída com audiências públicas, diálogos e que estará gerando 2 mil empregos nos próximos anos”, disse.
O projeto prevê a recuperação da vegetação nativa da área degradada e a comercialização de créditos de carbono, além da exploração sustentável de madeira.
O que é a área leiloada
Criada para funcionar como um corredor ecológico entre unidades de conservação no sudoeste do Pará, a APA Triunfo do Xingu se tornou uma das regiões mais desmatadas da Amazônia.
Desde 2008, mais de um terço de sua cobertura florestal original foi perdido, totalizando 4.372 km² de área desmatada.
O objetivo da concessão é transformar o local em um modelo de restauração ambiental financeiramente viável. Estima-se que a recuperação possa sequestrar cerca de 3,7 milhões de toneladas de carbono ao longo do contrato de 40 anos, equivalendo às emissões de 330 mil voos ao redor do planeta.
A concessão também determinou a construção de infraestrutura social na região, incluindo escolas, unidades de saúde e postos policiais, beneficiando as comunidades locais. O projeto deve movimentar cerca de R$ 1,5 bilhão, com um retorno estimado de R$ 250 milhões para os investidores.
O sucesso da concessão pode abrir caminho para outras iniciativas semelhantes na Amazônia.
O Tribunal de Contas da União já avalia um projeto para conceder 98,3 mil hectares da Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia, enquanto novas áreas da APA Triunfo do Xingu, somando mais 20 mil hectares, também podem ser concedidas no futuro.
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