Por Ellen Mafra
Nesta sexta-feira (23), morreu o fotógrafo Sebastião Salgado, aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental, fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick. O artista morreu em Paris, devido aos problemas que possuía decorrentes de uma Malária que contraiu nos anos 1990.
O Instituto Terra postou, em sua conta oficial do Instagram, um texto no qual se despede do artista: “Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”.
Salgado nasceu em 1944 em Aimorés, no estado de Minas Gerais e iniciou sua carreira em 1973. Visitou mais de 100 países, onde conseguiu desenvolver seus projetos de fotografia. Sua marca registrada era retratar, em preto e branco, a alma humana e o planeta.
Com seus registros documentais, ficou famoso por mostrar a realidade humana. Como em sua obra de Serra Pelada, no coração da Floresta Amazônica, em que registrou o garimpo a céu aberto na década de 1980. Essa foto foi incluída no “The New York Times” na seleção de 25 imagens que definiam a modernidade desde 1955.
Ao longo de sua carreira, Sebastião Salgado ganhou exposições ao redor do mundo. Seu primeiro livro foi “Outras Américas”, lançado em 1986, que retrata a pobreza da América Latina. Teve o projeto “Trabalhadores”, em que registrou, entre 1986 e 1992, o trabalho manual feito por pessoas de diferentes países. E o projeto “Êxodos” no fim dos anos 1990, que retratou ao longo de seis anos o deslocamento de refugiados, capturando questões políticas, sociais e econômicas.
Em 2021, lançou o livro de fotos “Amazônia”, onde organizou suas capturas da Floresta e fez uma coletânea. Em 2022, lançou “Gênesis”, livro de fotos de paisagens intocadas, isto é, no seu estado primitivo.
“Sei que não viverei muito mais. Mas não quero viver muito mais. Já vivi tanto e vi tantas coisas”, disse o fotógrafo ao jornal ‘Guardian’ em 2024. Salgado deixou sua esposa Lélia Wanick, seus dois filhos, Juliana e Rodrigo, e netos Flávio e Nara.
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