A paralisação dos entregadores de aplicativos, iniciada na última segunda-feira (31), continua nesta terça-feira (1) em todo o Brasil. As manifestações, que reivindicam melhores condições de trabalho e remuneração justa, têm gerado impactos significativos nos serviços de entrega, provocando reclamações por parte dos consumidores.
Em São Paulo, epicentro dos protestos, a manhã de segunda-feira (31) foi marcada por uma motociata que partiu das proximidades do estádio do Pacaembu em direção à Avenida Paulista. A via foi parcialmente interditada, com centenas de motociclistas e caminhões de som participando da carreata.
Os manifestantes, que classificam o modelo de trabalho como “escravidão moderna”, exigem o pagamento mínimo de R$ 10 por entrega, R$ 2,50 por quilômetro rodado, limite de 3 quilômetros para entregas de bicicleta e o fim do agrupamento de entregas sem a devida compensação.
Consumidores de todo o país relataram atrasos e dificuldades para realizar pedidos em aplicativos como o iFood. Nas redes sociais, muitos expressaram frustração com a demora nas entregas e o fechamento de restaurantes. Em diversos casos, a demora na entrega de pedidos chegou a duas horas.
Os entregadores argumentam que o modelo de trabalho atual é “precarizado e explorador”, comparando suas condições às de outros trabalhadores que enfrentam longas jornadas.
Edgar, um motofrentista com 24 anos de experiência, declarou à CNN que a indignação da categoria está no fato de que “nós colocamos todo nosso patrimônio à disposição da empresa (…) E desde o início até hoje, tudo aumentou, mas os valores (de repasse) não aumentaram”.
No Rio de Janeiro, a manifestação de segunda (31) resultou na prisão de 12 pessoas, acusadas de envolvimento em atos violentos e de impedir outros entregadores de trabalhar.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas como 99, iFood e Uber, informou que respeita o direito de manifestação e mantém canais de diálogo com os entregadores. O iFood, por sua vez, afirmou em nota que não registrou impactos significativos em suas operações até o momento.
Os entregadores planejam continuar a paralisação até o final desta terça-feira (1º). A categoria também já planeja uma nova paralisação para o dia 2 de maio, apelidada de “feriadão”, com o objetivo de manter a pressão sobre as empresas.
A CNN entrou em contato com os aplicativos para saber se houve registro de falta de entregadores.
*Sob supervisão
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