A Europa demorou demais para reconhecer Vladimir Putin como uma ameaça real, segundo o especialista Kai Enno Lehmann. Em entrevista ao WW Especial, Lehmann destaca que a maioria dos países membros da União Europeia, além do Reino Unido, só percebeu tardiamente o perigo representado pelo líder russo.
O professor ressalta que a história recente demonstra claramente as intenções expansionistas do presidente russo: “Putin ocupa uns 15% da Geórgia já, começou a ocupar a Ucrânia dez anos atrás, a gente não está falando de três anos, a gente está falando de dez anos, e sempre foi deixado lá e nada significativo foi feito”.
Alertas ignorados
O especialista aponta que as repúblicas bálticas e a Polônia vinham alertando sobre a ameaça russa desde os anos 90, mas seus avisos foram ignorados pela União Europeia.
“Aliás, contra os alertas das repúblicas bálticas, da Polônia, que desde os anos 90 estão falando de uma ameaça da União Soviética, da Rússia”, afirma Lehmann.
Segundo o especialista, a reação tardia da União Europeia é um padrão recorrente: “A União Europeia infelizmente funciona assim em grande parte, reage a ameaças quando essas ameaças já estão presentes ao invés de antecipar dessas ameaças”.
Lehmann ressalta que, apesar da maioria dos países europeus agora reconhecer Putin como uma ameaça, ainda existem exceções. Ele cita os governos atuais da Eslováquia e da Hungria como exemplos de nações que não consideram o líder russo como um perigo iminente.
WW Especial
Apresentado por William Waack, programa é exibido aos domingos, às 22h, em todas as plataformas da CNN Brasil.
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